ASPECTOS FÍSICOS E NATURAIS
LOCALIZAÇÃO
Estado: Amazonas
Mesorregião: Centro Amazonense
Microrregião: Parintins
O município de Parintins está localizado na 9ª sub-região, região do Baixo Amazonas, com as seguintes coordenadas geográficas: latitude - 2º 36’ 48" Sul e longitude - 56º 44’ Oeste de Greenwich, a 50 m acima do nível do mar.
A sede municipal, situada à margem direita do rio Amazonas, na ilha de Tupinambarana, dista 369 km em linha reta de Manaus e 420 km por via fluvial.
ÁREA
Ocupa uma área territorial de 7.069 km².
POPULAÇÃO
107.260 mil habitantes (IBGE/2009).
INDICADORES
IDH: 0,702 PNUD/2000
PIB: R$ 280.275.000,00 IBGE/2004
PIB per capita: R$ 2.669,00 IBGE/2004
LIMITES
Municípios limítrofes: Norte: Nhamundá; Sul: Barreirinha; Oeste: Urucurituba; Leste: o Estado do Pará.
O Município de Parintins têm os seus limites assim definidos: Com o Estado do Pará, começa na boca do igarapé da Valéria na margem direita do rio Amazonas, defronte à Serra de Parintins; desta serra, pela linha geodésica que limita o Estado do Amazonas com o Estado do Pará, até alcançar sua interseção com o divisor de águas rios Andirá-Uaicupará.
Com o Município de Barreirinha, começa na interseção do divisor de águas rios Andirá-Uaicupará com a linha geodésica que limita o Estado do Amazonas com o Estado do Pará; esse divisor, para norte, até alcançar a boca de cima do furo Uaicupará; este furo por sua linha mediana, até alcançar sua boca de baixo no paraná do Ramos; este paraná, por sua linha mediana, até alcançar o furo das Colheiras; este furo, por sua linha mediana, até alcançar o paraná do Limão; este paraná, por sua linha mediana, até alcançar o encontro do paraná do Limãozinho com o paraná Urucurituba; este paraná, por sua linha mediana, até alcançar o lago Arapapá.
Com o Município de Urucurituba, começa na boca do lago Arapapá, no paraná de Urucurituba. Desta boca, por uma linha, até alcançar a boca de cima do paraná do Mocambo, na margem esquerda do rio Amazonas; este rio, subindo por esta margem, até alcançar a localidade Ponta do Remanso.
Com o Município de Nhamundá, começa na margem esquerda do rio Amazonas, na Ponta do Remanso; subindo este rio até a Barreira do Paurá, desta barreira, por uma linha, até alcançar as cabeceiras do igarapé Aduacá, este igarapé por uma linha mediana, até alcançar a boca do paraná do Cabori; este paraná, por sua linha mediana até alcançar sua boca no lago Cabori; o paralelo desta boca, para leste, até alcançar o paraná, por sua linha mediana, até alcançar o rio Caldeirão este rio, por sua linha mediana até alcançar sua confluência com a margem esquerda do rio Amazonas; desta confluência, por uma linha, até alcançar a confluência do igarapé do Valério, na margem direita do rio Amazonas, defronte à Serra de Parintins.
A divisa entre o Distrito de Mocambo e Parintins, começa na boca do paraná do Cabori, no igarapé Aduacá, o paraná do Cabori, por sua linha mediana, até alcançar sua boca no lago Cabori, o meridiano desta boca para sul, até alcançar sua interseção com o paraná do Limão.
DISTRITOS
Constituído pelos Distritos de Mocambo e Parintins.
CLIMA
De acordo com a clasificação de Koppen, o clima do município enquadra-se no grupo climático A (Tropical chuvoso), tipo Amw, que se catacteriza por apresentar uma estação seca de pequena duração. Entretanto, devido aos totais elevados de precipitação, possui umidade suficiente para alimentar a floresta de aracterísticas tropicais. A precipitação pluviométrica é sempre superior a 2.000 mm/ano. A temperatura média anual oscila em torno de 26º C, com pequena amplitude térmica. A umidade relativa do ar é sempre superior a 8o%.
SOLOS
Ocorre a predominância dos solos Latossolo Amarelo Álico e Podzólico Vermelho Amarelo Álico, na terra-firme. Nas áreas de várzea, o domínio é dos solos de aluvião, do tipo Gley Pouco Úmico Distrófico, apresentando fertilidade natural média e elevada.
GEOMORFOLOGIA E RELEVO
O município localiza-se sobre formações quaternárias e terraço holocênicos. A unidade geomorfológica predominante é a planície amazônica, apresentando outras unidades morfoestruturais mais elevadas altimetricamente, que oferece maior segurança no período das enchentes do rio. Ocorre também, uma faixa de transição em planície fluvial. Trata-se de um domínio morfoclimático do tipo Azonal, ligado a permanência de lamina d’água submetida ao regime fluvial do rio Amazonas. A leste do município encontra-se a “Serra da Valéria” com 137 metros de altitude.
HIDROGRAFIA
O município de Parintins faz parte do maior sistema fluvial do mundo, a Bacia Amazônica. O Rio Amazonas é o maior rio em volume de água do mundo com um deflúvio médio anual estimado em 250.00 m3/s. No trecho compreendido entre a foz do Rio Nhamundá e a cidade de Parintins a sua largura é de aproximadamente 50km e a profundidade. O grande rio representa a via de escoamento e abastecimento, a grande estrada hídrica que liga Parintins a capital do Estado e ao Oceano Atlântico.
Os rios mais importantes são: o Paraná do Ramos, o Paraná do Espírito Santo, o Paraná do Limão, o Rio Uiacurapa, o Rio Memurú. Ao longo dos rios destacam-se os lagos: o Lago do Macuricanã, o Lago do Aninga, o Lago do Paranema, o Lago do Macurani e a Lagoa da Francesa, estes quatros últimos de vital importância quanto a sua preservação, uma vez que banham a sede municipal e estão mais suscetíveis a depredação e poluição.
ECOSSISTEMAS
No município são identificados dois grandes ambientes: a terra firme e a várzea.
A várzea é formada pela inundação anual do Rio Amazonas e a deposição dos sedimentos de suas águas barrentas. Ao inundar a várzea, a água barrenta do Rio Amazonas vai perdendo a velocidade até parar quase que completamente. Com a diminuição da correnteza, as águas depositam neste ambiente os sedimentos trazidos dos Andes. Através deste processo de inundação e deposição, o rio transforma a paisagem da várzea, levantando as terras que vão formar as restingas e cavando os lagos, os paranás e os igarapés. Estes ambientes moldados pela ação do rio são ocupados pelos tipos de plantas e animais que melhor se adaptam àquelas condições, formando as florestas de restingas, os campos naturais, e a vegetação aquática que cobre os lagos e tantos outros ambientes da várzea.
Por possuir ambientes terrestres e aquáticos, a várzea é muito especial e rica em recursos naturais.
Durante as cheias, ela se torna um grande ecossistema aquático, com exceção das restingas mais altas. Assim as áreas de campos e florestas passam a integrar o ecossistema do lago. Nessa época, os peixes deslocam-se do rio para os lagos, para aproveitar os ambientes da floresta inundada e dos capins flutuantes, que servem de fonte de alimento e abrigo. È nessa fase, que a maioria dos animais aquáticos crescem e desenvolvem-se acumulando a gordura para sobreviver à seca e reproduzir no inicio da enchente. Outras mudanças no lago ocasionadas pelas enchentes são a entrada de sedimentos e o apodrecimento de plantas terrestres. Esses dois processos enriquecem a água com os nutrientes necessários para o crescimento das plantas aquáticas e das algas.
No período da vazante esse processo se inverte. As plantas aquáticas morrem e o seu apodrecimento, juntamente com os sedimentos que se acomodam no fundo do lago, vão tornar disponíveis os nutrientes necessários para o crescimento das plantas terrestres (do campo e da floresta).
Nas terras mais altas da beira do rio ou do paraná, as arvores frutíferas crescem melhor e na enchente inunda menos. Essas terras altas são chamadas de restingas e podem chegar a vários metros de altura. È nas restingas que são encontradas as florestas de várzea, onde crescem diversas espécies de arvores. Algumas dessas arvores fornecem boas madeiras, utilizadas pelo varzeiro nas construções e como lenha, como pau mulato. Algumas oferecem frutos comestíveis, como a castanha de sapucaia e outras, como o taperebazeiro, servem de remédio. Quando o nível do rio sobe, os peixes invadem a floresta à procura de frutas e sementes que caem nessa época do ano. As frutas produzidas pelas arvores das florestas alagadas são o principal alimento de muitas espécies de peixes tais como a jatuarana, o tambaqui, o pacu e a pirapitinga também sendo utilizadas como iscas pelos pescadores.
Os campos se formam entre os lagos e a floresta, durante o verão. Nessa época, o criador solta seu gado para pastar o capim que brota no campo. Na enchente, quando o nível da água dos lagos sobe, os peixes invadem os capins procurando abrigo e alimentação. O pescador procura os peixes debaixo do capim, com caniço, arpão e malhadeira.
Os igarapés e os canais são ambientes aquáticos que ligam o lago entre si e todo o sistema de lagos de várzea com o rio. Através dos igarapés e paranás, o varzeiro passa com sua canoa de um local para o outro. Os peixes entram nos lagos, através dos canais, quando a água começa a subir e saem quando começa a vazante. Quando os lagos secam, os peixes nadam para os locais mais fundos dos igarapés. São nesses lugares que os pescadores vão capturar o pirarucu e outras espécies que se encontram por aí.
Nas matas de terra firme encontram-se as grandes árvores de madeira de lei da Amazônia. Em alguns locais as copas das árvores são tão grandes que impedem a passagem de até 95% da luz do sol, tornando o interior da floresta escuro, malventilado e úmido. Entre as principais espécies existentes nessa região encontram-se: a castanheira-do-pará, a seringueira, o guaraná e o timbó, cipó utilizado para envenenar os peixes.
Dados complementares
Desde os primitivos habitantes da ilha de Tupinambarana, várias foram as estratégias de reprodução econômica e social nos cenários abundantes e pouco conhecidos dos recursos naturais da região, das várzeas, lagos e rios da matéria prima extraída e que impulsionaram até hoje a economia local.
A pecuária, que vem sendo praticada de forma inteligente nos ritmos das cheias e vazantes é um dos recursos econômicos mais significativos da região e detém um dos maiores rebanhos de bovinos do Estado do Amazonas.
Dados mais recentes do cadastro de imóveis rurais do Município de Parintins, contidos no Quadro I, revelam a existência de 1.152 pequenos estabelecimentos rurais ou minifúndios, que correspondem a 75,3 % dos imóveis cadastrados.
Criado através da Portaria MIRAD n.º 1404 de 26 de outubro de 1988, o Projeto de Assentamento Vila Amazônica possui uma área de 78.270 hectares. Está localizado à margem direita do Rio Amazonas, margem direita do Rio Mamuru e Paraná do Ramos, com distância de 05 Km entre o Núcleo Urbano e a cidade de Parintins, sendo o acesso feito por via fluvial.
No P.A. Vila Amazônia existem atualmente 1.772 parcelas rurais demarcadas e ocupadas por parceleiros assentados pelo INCRA, de uma capacidade de 2.400, restando 628 parcelas vagas. Foram regularizados, através de títulos de domínio, 623 parcelas, com documentos expeditos de 2000/2003. Os núcleos urbanos existentes possuem 469 lotes medidos e demarcados, onde residem mais de 320 famílias, sendo a maioria de parceleiros do projeto, além de 42 lotes destinados a núcleos urbanos, que servem as Comunidades, Associações, Núcleos e Colônias.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) tem sob sua responsabilidade as terras indígenas Andirá-Marau e parte da terra indígena Nhamundá-Mapuera. A terra indígena Andirá-Maraú abrange os municípios de Itaituba, no Estado do Pará, e Barreirinha, Parintins e Maués, no Estado do Amazonas, com uma área demarcada de 788.528,39 ha.
Fontes:
http://www.parintins.am.gov.br/?q=35-conteudo-8313-ESTATÍSTICAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parintins